Paz sem voz não é paz, é medo!

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Relacionamentos abusivos estão tirando a vida de nossas mulheres

Maria Glória Borges (Magó), Renata Larissa, Andrielly Gonçalves, Luciane Ávila, Tatiane Spitzner e centenas de outros nomes e rostos que, muitas vezes, não ganham repercussão, mas que deixaram para trás famílias, amigos e sonhos. O feminicídio é considerado crime hediondo desde 2015, sendo, à partir de então, levado em consideração uma qualificadora o fato da vítima ser mulher.
Isto porque, somente entre os anos de 2000 e 2010, mais de 47 mil mulheres foram assassinadas no Brasil, onde cerca de 40% dessas vítimas perderam suas vidas dentro de suas próprias casas pelas mãos de companheiros ou ex -companheiros, na sua grande maioria. Esses dados, na época, colocavam o país no triste ranking mundial desse tipo de crime, ocupando a sétima posição.
Os anos passaram e os dados continuam preocupantes. No ano passado, o Paraná registrou 74 feminicídios ,com destaque para a capital: 10 casos. Face à essa situação, o Governo do Estado criou o Dia Estadual de combate ao feminicídio no dia 22 de julho, data em que a advogada Tatiane Spitzner foi encontrada morta, após cair do quarto andar do prédio em que morava com o namorado, Luis Felipe Manvailer, em Guarapuava.
Mas estas mortes não passaram em branco. A sociedade tem se manifestado com grande fervor diante dessa realidade cruel. Mulheres de todas as classes sociais e de diferentes profissões demonstram, principalmente em suas redes sociais, a indignação e sentimento de impotência que sentem à cada novo caso.
“Ainda causa grande revolta o fato de vermos mulheres sendo mortas dentro de casa, muitas vezes diante dos filhos. Mulheres estas que trabalham fora, que cuidam dos filhos, do marido e perdem a vida pelas mãos destes mesmos. É de extrema importância que as mulheres que sofrem qualquer tipo de violência denunciem, que não se calem para que possa ser evitado um dano maior. O Estado, por sua vez, tem a obrigação de defender a vida destas mulheres através de medidas protetivas, de prisões e defesa gratuita em casos de processos criminais”, destaca a advogada Dra. Caroline Schoenberger. “Nós, como mulheres e profissionais do direito, precisamos defender as mulheres não só juridicamente mas com apoio psicológico, para que se sintam seguras quando houver a necessidade de tomar uma medida mais extrema como o divórcio, por exemplo”, complementa Dayane Alais Svitsum, advogada da área de família.

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